sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Esses incansáveis Demônios da Garoa
Demônios da Garoa, mas poderiam se chamar demônios paulistas estão na ativa há “apenas” 67 anos (começaram com o nome de Grupo do Luar).
Símbolo da boa música paulistana trouxe um jeito todo paulistano ao interpretar seus grandes sucessos (escritos pelo genial Adoniram Barbosa), usando e abusando do bom humor, tendo um jeito todo alegre de sambar. Esse grupo não é, nunca foi e nunca será um grupo normal, seus grandes sucessos como Iracema, Trem das Onze, Time Perna de Pau (todas compostas magistralmente por Adoniram Barbosa), Saudosa Maloca estão na boca dos paulistanos até hoje. Os Demônios da Garoa deveriam ser tombados como patrimônio histórico da cidade de São Paulo, pois em suas músicas espalham o nome da cidade de São Paulo para o Brasil todo, pois qual carioca, pernambucano, ou de qualquer estado não cantou Trem das Onze e conheceu o Jaçanã?
Qual brasileiro depois de ouvir Demônios não falou “curpa” ao invés de culpa, “gorro” ao invés de gol e “morar” ao invés de moral...
Os Demônios da Garoa marcaram e continuam marcando gerações de sambistas de bom gosto, ao contrário desses pagodes melodiosos e de gosto duvidoso de hoje em dia, como diria o senhor mal-humorado (e não identificado) no final da música “Time perna de pau”: -Oh mediocridade !
Vai abaixo o link do cd “Esses divinos Demônios da Garoa” , de 1990, é uma pequena amostra da grande discografia de uma grande banda.
http://www.mediafire.com/?2m4m525m21i
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Cadê o malandro ?!
São 21:14, vejo o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, e subitamente(como o raio do livro O Poderoso Chefão)me vem um pensamento. Cadê o glorioso malandro do carnaval? Sabe, podem me chamar de antiquado, enjoado, etc... Mas mataram um dos símbolos do carnaval! E isso, de certa maneira, reflete a decadência que o samba passa (tirando os grandes sambistas de escolas de samba e sambistas da velha guarda), ao leitor faço um desafio: Qual o interprete ou compositor da nova geração que marca presença e vai deixar um legado, como um Bezerra da Silva, Adorinan Barbosa...
Pois eu tenho a resposta: atualmente não existe! E o sumiço do malandro é um sinal disso, pois os grandes malandros do samba sumiram, hoje em dia os sambistas cantam músicas melosas e com ritmo sofrível.
Podem me chamar de antiquado, mas eu digo e repito: Cadê o malandro?, Cadê a velha malandragem do samba?, Cadê ao charme do samba?. Aos sambistas da nova geração que está por vir só falo uma coisa: Devolvam a malandragem ao samba!
Oi, meu nome é Mané.
Oi, meu nome é Mané, mas quando nasci me batizaram de Manuel. Nasci em Pau Grande, nasci com pernas tortas, mas estas mesmas pernas (defeituosas segundo alguns de mau agouro) me fizeram brilhar no Esporte Clube Pau Grande, mas meus companheiros de time eram muito chatos, queriam que eu usasse uns sapatos estranhos, chamadas chuteiras, mas eu não ligava e jogava descalço, e assim fazia os adversários irem e virem atrás de mim, sempre correndo atrás da bola, e eu sempre com o domínio da mesma.
Oi, meu nome é Mané, e em 1953 fui fazer um teste no Botafogo do Rio de janeiro, lá eu fiz um teste para entrar no time, tinha um lateral chamado Nilton Santos, muitos diziam eu ele era um dos maiores (se não o maior) laterais do futebol brasileiro, mas nele não vi nada demais, ele foi mais um jogador que ia e vinha trás da bola e eu sempre com o domínio da mesma. Mas como pessoa ele era muito gente fina e se tornou meu grande compadre.
Oi, meu nome é Mané, e fui disputar a copa do mundo em 1958, num lugar gelaaaaado...
Pois bem, lá eu conheci um menino crioulo, de 17 anos, um tal de Pelé e juntos nunca perdemos na seleção.Fomos campeões na Suécia, e quatro anos depois, no Chile, o menino Pelé se machucou logo no inicio da competição, e todos os holofotes se voltaram para mim, eu justifiquei meu apelido de “alegria do povo”.Passamos em primeiro em um grupo difícil , então fomos as quartas contra um time que falavam que eram os inventores do futebol, mas que tinha um uniforme muito parecido com o São Cristovão.Eliminamos o São Cristovão europeu, Eliminamos o Chile, e ganhamos na final da Tchecoslováquia (que falavam que tinha um grande goleiro, mas que pra mim o goleiro do América era bem melhor).
Oi, meu nome é Mané, fui a alegria do povo, fui o anjo das pernas tortas, minha arte atravessa os tempos encantando gerações e gerações, trazendo magia e sorrisos a todos que vêem meus dribles, entortando os Joões que eu enfrentei na vida, fui sinônimo de alegria.Mas eu morri, mas só fisicamente, pois estou vivo em todos os botafoguenses e brasileiros que sabem como é bonita a arte de driblar e encantar as multidões.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O dia que o Brasil chorou.
5 de Julho de 1982, o Brasil acordava esperançoso, a festa estava preparada, desde 1970 que o Brasil não tinha um time tão talentoso: Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Serginho Chulapa...
Era um time recheado de craques e estava encantando o mundo, o Brasil venceu Escócia, URSS e Nova Zelândia na 1ªfase. Na segunda fase o Brasil massacrou a Argentina (atual campeã mundial) por 3x1, dando a convicção ao Brasil inteiro que a longa espera de 12 anos sem mundiais estava chegando ao fim. Mas antes o Brasil precisava apenas empatar com a fraca Itália, que apesar da tradição tinha feito apenas três pontos na 1ª fase e ganhara da Argentina na segunda fase, mas na mente de todos os brasileiros a Esquadra Azurra seria apenas um pequeno obstáculo na perfeita trajetória brasileira no mundial daquele ano. Pois bem começa o jogo, o Brasil todo está em festa, mas o inesperado acontece, logo aos 5 minutos, em um cruzamento de Cabrini, a defesa brasileira fica olhando e Paolo Rossi da uma firme cabeçada, fazendo 1 a 0 logo aos 5 minutos do 1ºtempo. O Brasil não se intimida com o gol, e Serginho Chulapa perde um gol cara a cara com o goleiro Dino Zoff. Mas então, Zico se livra de Gentile, toca para Sócrates chutar cruzado e empatar o jogo, resultado que dava a classificação ao Brasil. O jogo segue igual, mas numa infelicidade de Cerezo Paolo Rossi, sempre ele, marca o segundo gol da Itália.
O placar segue 2x1 para a Itália até o intervalo, no 2º tempo, aos 20 minutos, Falcão recebe a bola na entrada da área, Cerezo passa correndo pela direita iludindo a defesa italiana, abre-se um buraco no meio da defesa italiana, e falcão solta a bomba, 2 a 2, Brasil de novo classificado, a cena de Falcão comemorando correndo, com as veias do corpo saltadas entrou para a história das copas.Mas ai, aos 30 minutos escanteio para a Itália, o time brasileiro inteiro vai para dentro da área , mas a bola, caprichosa que só ela, encontra os pés mortais de Paolo Rossi, e ele como um carrasco que foi, marca o terceiro gol da Itália, novamente Itália classificada.Depois do gol o Brasil pressionou, mas parou em uma grande defesa do goleiro Dino Zoff, em uma cabeçada quase perfeita de Sócrates. Final de jogo, o Brasil e os deuses do futebol choram aquele time fantástico não conseguiu ser campeão, a Itália, tão criticada na primeira fase acabaria campeã, vencendo a Alemanha Ocidental na final. Restou a nós brasileiros chorarmos, e ter que digerir (se bem que até hoje choramos essa derrota) aquela que talvez deva ter sido a maior tragédia do futebol brasileiro, perdendo apenas para o maracanazo de 1950. Foi a derrota do jogo bonito, do futebol alegre, mas a Itália mostrou mais eficiência e por isso venceu o Brasil, a Itália foi mais fatal e soube aproveitaras chances que teve, enquanto o Brasil voltou mais cedo para casa e uma geração inesquecível acabou não fazendo o Brasil vencer a Copa do Mundo.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Argélia x Egito: muito mais do que um jogo
Ah, Egito e Argélia, o Brasil e Argentina do futebol africano, e me arrisco a dizer que tem uma rivalidade maior do que o clássico sul-americano, e isso ficou evidente no jogo desempate valendo vaga para a copa de 2010. Quis o destino que estas duas seleções caíssem no mesmo grupo das eliminatórias africanas para a copa do mundo de 2010, e o mesmo destino, traiçoeiro e malandro como apenas ele pode ser, quis que estas duas seleções se enfrentassem no último jogo das eliminatórias. Vamos ao cenário: a seleção egípcia jogava em casa, mas tinha uma dura missão pela frente, vencer a Argélia por dois gols de diferença para provocar um jogo desempate, ou vencer por três gols de diferença para obter uma classificação direta. O estádio no Cairo estava lotado, e o Egito tratou de partir para cima, e marcou o primeiro gol logo com 1:30 minuto de jogo, após rebote do goleiro argelino e grande confusão na área , mas o gol que levaria a partida para o jogo desempate no Sudão só sairia aos 50 minutos do segundo tempo, com um gol de cabeça feito pelo bom jogador Aboutrika.Abaixo você vê o vídeo com os gols
Mas este jogo já causara tensão antes mesmo do inicio, pois o ônibus com a delegação argelina fora apedrejado por torcedores egípcios. Enfim, chegamos à dramática partida que seria realizada no Sudão, e foi um joga ainda mais tenso do que o realizado no Cairo, psicologicamente o Egito estava em vantagem, pois tinha (e tem) um time reconhecidamente melhor do que o da Argélia, e vinha de uma recuperação fantástica com um gol aos 50 minutos do segundo tempo. Mas no futebol, nada é previsível, e o destino aprontou novamente, e contra todas as previsões, a Argélia abre o placar com Yahia, aos 40 minutos do primeiro tempo, com um belo chute cruzado. No segundo tempo, o Egito pressionou, pressionou e pressionou, mas o gol não saiu, em parte pela própria incompetência em marcar as oportunidades criadas e principalmente por milagres do goleiro Chaouchi, ao término da partida silêncio no Cairo, enquanto isso um carnaval fora de época foi realizado em Argel, capital da Argélia, e o futebol teve mais um jogo magnífico para a sua história, segue abaixo o vídeo da partida realizada no Sudão.
Mas este jogo já causara tensão antes mesmo do inicio, pois o ônibus com a delegação argelina fora apedrejado por torcedores egípcios. Enfim, chegamos à dramática partida que seria realizada no Sudão, e foi um joga ainda mais tenso do que o realizado no Cairo, psicologicamente o Egito estava em vantagem, pois tinha (e tem) um time reconhecidamente melhor do que o da Argélia, e vinha de uma recuperação fantástica com um gol aos 50 minutos do segundo tempo. Mas no futebol, nada é previsível, e o destino aprontou novamente, e contra todas as previsões, a Argélia abre o placar com Yahia, aos 40 minutos do primeiro tempo, com um belo chute cruzado. No segundo tempo, o Egito pressionou, pressionou e pressionou, mas o gol não saiu, em parte pela própria incompetência em marcar as oportunidades criadas e principalmente por milagres do goleiro Chaouchi, ao término da partida silêncio no Cairo, enquanto isso um carnaval fora de época foi realizado em Argel, capital da Argélia, e o futebol teve mais um jogo magnífico para a sua história, segue abaixo o vídeo da partida realizada no Sudão.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Nós adoramos pelo em ovo !
Por que adoramos tanto o famoso “pelo em ovo”?. Às vezes eu penso, o mundo seria tão mais fácil se nós não ficássemos procurando implicações e dificuldades a cada esquina (consciente ou inconscientemente), se não tivéssemos esse fascínio pelo difícil e complicado.
Por que nos levamos pelo orgulho idiota e procuramos confusão, quando podemos ter humildade e conseguir uma amizade, um amor, uma história... .
Por que às vezes nos deixamos levar por “filosofias inúteis”, quando podemos simplesmente deixar rolar e conseguir assim a felicidade... .
Um exemplo claro disso ocorre quando discutimos religião, as pessoas sempre procuram menosprezar a religião alheia para provar que a dela é soberana, é verdadeira, etc. Por que não podemos simplesmente aceitar as diferenças?
È, esse nosso vício por pelo em ovo um dia ainda vai acabar conosco...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
A bunda em que vivemos
Vivemos numa bunda, sim, você que lê isso agora não está louco, vivemos numa bunda, e não é uma bunda de uma rainha de bateria, se fosse esse o caso estaríamos numa boa, vivemos numa bunda gorda e cabeluda, daqueles bêbados típicos de bordeis no centro paulistano.
A bunda em que nós vivemos é suja, indecente, podre, exatamente como a dos bêbados já citados... .
E, nós meus senhores, nós somos as merdas, somos condicionados a pensar que não conseguiremos nada na vida, que seremos uns “merdas” que ficarão atrás de uma mesa de escritório, sendo eternos robôs. Nós somos uns merdas que não conseguiremos passar em faculdades públicas sem dinheiro.Somos uns merdas que sempre nós conformaremos,acredite, com a sujeira maior de quem nós faz pensar que somos uns merdas.O pior são aquelas merdas mais sujas,feias,que não tem dinheiro e assim não podem se defender das merdas mais graúdas.
Sim, o país em que vivemos é uma bunda, e ao contrario das lindas bundas que vemos nos carnavais, nós vivemos em uma bunda de um gordo bêbado e peludo...
Assinar:
Postagens (Atom)